A sua vida é o resultado das suas escolhas e decisões anteriores. Más escolhas levam a más decisões, o que resulta em erros de que se vai arrepender ao olhar para trás. A forma de evitar cometer erros é tomar melhores decisões.
Mas, como é que você aprende a tomar decisões correctas, utilizando a razão e a intuição, para as pequenas e grandes decisões que moldam finalmente a sua vida? Nunca me ensinaram isso e a primeira metade da minha vida foi repleta de erros. Através de tentativa e erro, e através do estudo, eu aprendi como lidar com decisões difíceis. E você também pode aprender.
A anatomia de uma decisão difícil
Vamos imaginar que lhe oferecem um emprego que parece excelente, mas há uma pequena réstia de dúvida que o impede de dizer sim. Você está sob pressão para tomar uma decisão – o que é que você faz? Ou talvez você esteja num dilema entre escolher o parceiro da sua vida, encontrar o emprego certo, ou vender a sua casa e ir para outro lugar? Como é que toma essas decisões difíceis que afectam o resto da sua vida?
Qualquer que seja a decisão, há uma maneira de reduzir o stress, decifrar a dúvida e descobrir a decisão do que é certo para si, utilizando a razão e a intuição, através deste modelo intuitivo de tomada de decisões.
Conheça-se a si mesmo
Você não vai tomar uma decisão adequada, a menos que você analise aquilo que o faz funcionar. Cada um de nós é diferente e tem um conjunto único de valores e necessidades que as nossas decisões devem satisfazer.
Quais são os seus valores?
O que é importante para si? De que é que precisa para ser feliz? A segurança financeira é a coisa mais importante para si? Subir a escada corporativa e aumentar o seu status é um factor importante para a sua felicidade em geral? Sente-se motivado pela fama e pela celebridade? Ou pelo amor e pela intimidade emocional? Precisa de liberdade e do chamamento da aventura para ser feliz?
Qual é a visão da vida a que você aspira?
Cada um de nós tem uma “visão” para a sua vida. A minha visão é a de escrever, publicar e ensinar as pessoas a “falar intuição”, para que elas tomem as decisões certas e vivam de acordo com o seu potencial. Qualquer coisa que eu faço tem de trabalhar para sustentar esta visão abrangente para a minha vida.
Qual é a sua visão? Crie uma frase que englobe a visão da sua vida.
A compreensão dos seus valores e da sua visão põe as suas decisões em contexto, por isso, não salte esta etapa. Os seus valores e a sua visão conduzem a sua tomada de decisões e a trajectória que a sua vida toma. Eles devem ser a estrutura em que a sua vida é construída – da mesma forma que o esqueleto é a estrutura para o corpo.
Siga estes passos para chegar a uma decisão correcta, utilizando a razão e a intuição:
1. Analise se a escolha está alinhada com os seus valores. Será que a escolha sustenta os seus valores? Se sim, tudo bem. Se não, passe por cima dos seus valores. Você escolheu os valores certos para começar, ou está a fazer a escolha errada pelos motivos errados?
2. Pergunte-se se esta escolha lhe dá avanço na direcção da sua visão? Ou leva-o para mais longe dela? Se sim, tudo bem. Se não, então porque é que você faz isso? Pense bem sobre isso.
3. Reveja os factos. O que é que você sabe? O que é que você não sabe? Quem é que você conhece com experiência nesta área? Pode falar com essas pessoas sobre a sua experiência? Investigar este problema iria revelar informações úteis que poderiam ajudá-lo a fazer uma escolha? Faça a sua pesquisa.
4. Faça uma lista de Prós e Contras sobre esta escolha. Qual é o mais convincente, os prós ou os contras da lista?
Decida se estes quatro passos são o suficiente para tomar a decisão. Se você se sentir totalmente confiante e livre de dúvidas, vá em frente e tome a sua decisão. Se não, vá para as próximas etapas, onde irá tocar na sua intuição.
5. “Viva” ambas as opções. Imagine por um momento que você poderia avançar para o futuro e analisar o resultado da sua decisão entre duas escolhas, ou para acompanhar ou não o resultado de uma decisão particular.
Feche os olhos e imagine o que você irá ver antes de duas portas, uma tem uma placa com um grande número “um” e outra um número “dois”. Atribua uma escolha para cada porta. Ande através da porta número um e imagine que você tinha tomado esse caminho.
Passe por toda a sequência de acontecimentos na sua mente, do início ao fim. Você escolheu este caminho, e depois? E o que vem depois disso, e depois disso? E como é que acaba? O que muda na sua vida depois de escolher a porta número “um”.
Faça o mesmo com a segunda porta. Passe pela porta e “viva” a sua decisão na sua imaginação, até ao fim.
Que resultado afecta a sua vida mais positivamente? Qual é o resultado que mais se destaca e que você “sente” certo?
Ainda não tem a certeza sobre a sua decisão? Vá para a Etapa 5.
5. Afaste-se emocionalmente da decisão. Olhe de fora da sua própria perspectiva. Pergunte a si mesmo: “Se não fosse a minha decisão, mas de um amigo próximo, o que é que eu lhe diria para fazer? Como poderia aconselhá-lo? Será que iria beneficiá-lo? Como? Tenha uma conversa imaginária com o seu amigo procurando convencê-lo e explicar-lhe claramente porque, ou porque não, deve tomar esta decisão.
Você pode tomar uma decisão agora? Não? Prossiga para a próxima etapa.
6. Verifique directamente com o seu instinto – inteligência emocional – intuição.
Comente os conselhos que você deu ao seu “amigo” e todas as razões para fazer ou não fazer esta escolha.
Feche os olhos e inspire profundamente cinco vezes, através do nariz, e expirando pela boca, para limpar a sua mente.
Pergunte-se como você se “sente” sobre esta decisão? Não pergunte a si mesmo se está a tomar a decisão certa.
Qual é o primeiro pensamento, sentimento, imagem ou emoção que vem à sua consciência?
Concentre-se nisso. Pergunte-se por que razão veio à tona neste momento? Qual é a primeira resposta que vem à sua mente após esta pergunta? Esta resposta é a “verdade” de como você se sente, independentemente de todos os factos, listas e prós e contras.
Será que este processo revela que os seus sentimentos sobre a decisão são congruentes com a decisão que você tomou, usando a razão e os dados disponíveis? Se os seus sentimentos correspondem com a decisão tomada anteriormente, então óptimo – conseguiu! Você tomou uma boa decisão usando a lógica e a razão, seguido pelo seu instinto – inteligência emocional – a intuição.
Se há discórdia entre os dois, então, você precisa de investigar a sensação de que está em desacordo com a sua decisão mais lógica. Siga para a próxima etapa.
7. Aprofunde o seu interior.
Coloque as mãos sobre o abdomen na área do seu plexo solar. A razão para colocar as mãos no seu plexo solar é para o lembrar de se ligar com a inteligência do seu corpo. O seu corpo dá sinais através de sentimentos, que transmitem informações vitais para si. A maioria das pessoas estão demasiado ocupadas demais para se aperceberem disso. É por isso que você precisa de abrandar e ir para o interior, a fim de descodificar esta informação importante.
Feche os olhos e relaxe, inspirando profundamente cinco vezes, através do nariz, e expirando pela boca.
Agora visualize o resultado da primeira decisão e depois da segunda, assim como fez quando entrou através de cada porta. Desta vez, você irá concentrar-se nas sensações físicas, sentimentos ou emoções que surgem a respeito de cada um dos resultados.
Preste atenção à sua respiração, contrai-se com uma ou outra escolha? Será que o seu peito se sente apertado quando você respira? Torne-se consciente do seu pescoço e ombros, alguma das decisões provoca tensão nestas áreas do seu corpo? Observe o seu abdomen e a área em torno do seu plexo solar, há um “nó” ou borboletas no estômago? Você sente-se nervoso, ansioso, as palmas das mãos ficam suadas, o seu coração acelera ou tem um nó na garganta?
Se você tiver algum desconforto quanto a uma escolha sobre a outra, o seu corpo está a dizer-lhe que esta não é a escolha certa.
Você tem a sua resposta agora? Ainda não? Vá para a etapa oito.
8. Certifique-se que compreende completamente a sua motivação e em que é que está a meter-se.
Se você veio através do processo até aqui sem uma resposta, é altura de se afastar e colocá-lo numa prateleira por um tempo. Diga a si mesmo que você quer mais clareza sobre esta questão e que você espera obtê-la num X número de dias (dê a si mesmo um período de tempo).
Não tome uma decisão e não pense sobre isso depois, viva a sua vida e concentre-se noutras coisas. Só porque você não está a pensar conscientemente sobre esta decisão, não significa que ela não está a ser “filtrada” no seu subconsciente. Você pode ter um sonho durante este período, ou virá à tona uma revelação que esclarece a questão. Você pode chegar à conclusão de que esta decisão é desnecessária e deixar por completo o assunto.
Artigo excelente. Me ajudou bastante!